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Histórias e Mistérios

HISTÓRIAS E MISTÉRIOS NÃO REVELADOS

Cada história carrega fundamentos e mistérios poucos revelados que, ao mergulhar no enredo com discernimento aflorado ao conhecimento, irá descobrir segredos de transformação que o levam para o próximo degrau da vida.  

Das muitas histórias que carrego para serem transmitidas, irei iniciar com a minha. Cada uma carrega seus fundamentos e mistérios não revelados, embora outros já tenham tentado transmitir alguns desses outrora, mas sem sucesso aparente, não por não terem a capacidade da comunicação, da transmissão ou conhecimento estendido sobre o que tentaram semear, afinal de contas, estamos falando dos próprios transmissores, daqueles que abrem caminhos para a comunicação. Na verdade, o que faltou na época foram almas equilibradas com a mente autossuficiente para uma reflexão aguçada, observada e refinada no Eu existente, para um entendimento claro sobre o que realmente nos aproxima da verdade sobre nós mesmos e do mundo à nossa volta.

Nessa poltrona, minha vida foi de aprendizado e reflexões profundas.

Em reflexões aprofundadas, foi um período de almas terrenas submissas a um poder soberano almejado, onde manipuladores controlavam essas mentes para chegarem aos tronos cobertos por ouro, deixando a humanidade na inércia por milênios e, pior, fertilizando a terra no sofrimento, na dor física, na tortura emocional, na submissão generalizada e graduada por obsessores terrenos encarnados. 
 

Fui criado nas encruzilhadas, cheguei à terra no século VII. Quem sou? Sou uma alma, armazenamento de memórias da temporariedade. Inicio, meio e fim, dos quais cada um tem seu próprio portal. O maior armazenamento de memórias não tem Delete, cada portal é conectado diretamente com a memória mãe, esses portais têm delete, porém, esse delete é apenas para os portais conforme o esgotamento cíclico ou karmico, dando início a um novo caminho.

Da memória mãe nada se apaga, ela fica armazenada infinitamente em todos os seus graus evolutivos e transita como sentimentos, emoções e lembranças. Enquanto as emoções negativas experienciadas não sessarem, elas continuarão se reecontrando até que cessem, esgotando por completo todo e qualquer tipo de sentimento que atrai a paralisia, as frustrações que impedem o avanço evolutivo do ser.   

Sou Darioseran, meu nome de criação inicial armazenado na memória do tempo primário, fui ramificado, me estendendo de temporal a temporal. A cada evolução, um novo nome, uma nova história, um caminho de busca incessante me era apresentado, como o infinito, que nos alimenta a alma conforme as experiências vividas na existência da temporariedade em que se encontra. Nesses quatorze séculos de existência , já passei por várias transformações, ganhando nomes diferenciados conforme as ligações em grupos e culturas terrenas. Após chegar à minha sétima experiência encarnatória, fui designado à esfera das 7 Encruzilhadas para sua representação, onde fui empossado como Rei das 7 Encruzilhadas, na qual ainda hoje permaneço. 

O livre-arbitrio e a reação

Deus criou o homem com livre-arbítrio, podendo ele fazer o que quiser. Tendo o conhecimento de que há dois tipos de poder: O poder da capacidade em "fazer alguma coisa" e o "poder moral". Assim, o indivíduo tem o poder de assassinar alguém. Porém, moralmente, não tem esse poder. Por conta disso, ele é recompensado ou punido por suas ações, sem sombra de dúvidas reciprocamente, pelo bem ou pelo mal que fizer, a si mesmo ou para alguém.

 

Quanto a Deus, Ele não tem o livre-arbítrio, sua força é naturalmente ligada ao universo como reação de ações, independentemente do seu polo, negativo ou positivo. Tudo que ele faz é certo e bom para manter equilibradas as forças diversificadas. Onipotente, onisciente e onipresente são atributos divinos que descrevem a grandeza e soberania de Deus: Esse misterioso infinito chamado tempo foi o único incriado.

 

É ele quem cria e transforma tudo com inteligência e uma infinita sabedoria. Sua mente está conectada ao universo, ela coreografa tudo minuciosamente, sem existir nada que não o carregue na sua individualidade. Estamos conscientes do nosso tempo, sabemos que o tempo é infinito e perpétuo largamente, mas infelizmente, possuímos apenas fagulhas desse tempo, tendo que passar por vários temporais. Embora o tempo seja um todo, cada um traz consigo fagulhas do seu próprio tempo individual, o qual passou a ser conhecido e chamado por sua essência divina, Deus.   

O livre-arbítrio e a reação.
Corpo - Alma -Espirito

Corpo - Alma -Espirito

O espírito e o corpo são aspectos que compõem o ser humano, o equilíbrio entre eles é de suma importância para uma vida plena. A alma é o princípio do pensamento e da organização do ser humano, ela é responsável pela capacidade de expandir e armazenar, fazendo com que a mente crie sentimentos e emoções, qual muito sensitiva, pode refletir beleza ou feiura. A palavra alma vem do latim animu ou anima, que significa "aquele que anima". O espírito é o que nos dá temor a Deus, a consciência, após a mente ter se instalado na alma do espírito, é o que nos atrai para Ele.

 
O corpo é temporário, criado conforme energizado na alma, ficando registrado todo o período desse corpo temporal no inconsciente da mente, na alma, criando consciência no subconsciente, "registros de relevância" dando discernimento consciente ao espírito das suas necessidades, independentemente. O ser humano é composto por corpo, alma e espírito, podendo ser chamado de dicotomia ou uma tricotomia (corpo/alma/espírito). Exemplificando: A alma é o espírito encarnado.  O espírito é a alma desencarnada. 

O Chamado à Transformação

O Chamado à Transformação.

O tempo, sábio e infinito, ao observar as dificuldades dos seres em inovar, decidiu intervir com uma missão transformadora. Para isso, designou mentores espirituais com a tarefa de auxiliar na renovação dos fundamentos que conectam o humano às forças universais, à energia vital que flui em tudo. A percepção era clara: muitas comunidades ainda vivem sob paradigmas de séculos passados. A necessidade de inovação se torna evidente, não apenas como um luxo, mas como uma condição essencial para uma vida equilibrada, alinhada às forças do universo, da natureza, da sociedade e do plano espiritual.  

O equilíbrio entre o novo e o fundamento é o seu conhecimento aprofundado. 
 
Inovar não significa abandonar as tradições, mas reinterpretá-las à luz das exigências atuais. A essência dos fundamentos permanece, mas suas expressões precisam evoluir. Isso nos convida a uma profunda reflexão sobre a coragem de arriscar e de acolher o desconhecido. Aprender a lidar com o novo é mais do que uma habilidade prática; é um exercício espiritual que desafia o ego, combate o perfeccionismo e abre espaço para a fluidez.  

Desafios como Portais de Expansão
 
Os novos desafios não apenas nos retiram da zona de conforto em que nos encontramos, eles a expandem. Cada obstáculo enfrentado é uma oportunidade de crescimento, é uma nova porta que se abre. Seja ao superar hábitos improdutivos, lidar com emoções descontroladas, enfrentar medos paralisantes ou romper crenças limitantes, o aprendizado emerge de cada experiência, tornando-o autoconfiante em novas descobertas. Esses momentos de superação nos levam à realização, quando não olhamos como punição, mas sim como um convite para a evolução, onde a transformação caminha com o sucesso equilibrado na paz, na naturalidade dos acontecimentos.  

A Transformação Através do Pensamento Elevado

Os pensamentos moldam a realidade. Desejar o melhor para si e para o coletivo é alinhar-se ao fluxo do axé e atrair a abundância que ele proporciona. Pensamentos pequenos limitam possibilidades, enquanto sonhos grandes abrem caminhos para o extraordinário. Contudo, para a realização de um desejo, ele precisa ser acompanhado de ação consistente e fé inabalável.  

A Inovação no Plano Espiritual

O tempo nos lembra que a renovação começa no espírito. Transformar-se por dentro é a base para qualquer mudança exterior. A conexão com o universo, seja por meio da natureza, da introspecção ou da espiritualidade, nos dá a força necessária para enfrentar o novo com confiança. Assim, inovar não é apenas uma ação; é um estado de ser.  

Sonhar alto, buscar o melhor e lutar pelo que acreditamos são expressões da nossa essência criativa e do nosso compromisso com a evolução. Que possamos, com a orientação do Tempo e dos mentores espirituais, reinventar nossas vidas e encontrar equilíbrio em cada passo do caminho que trilhamos, reescrevendo nossas histórias de forma perceptiva ao universo, se equilibrando no campo da utilidade. 

O caminho entre planos. 

O Caminho Entre Planos 

No ano 2000, minha história4  teve um marco transformador ao chegar ao Ilê Axé  Jagun jagun Xoroquê, a "Casa de Força do Guerreiro Sorokê." Ali, fui assentado e batizado como Legbájunsãn, um nome que carrega significados profundos: a prontidão e a conexão com o movimento das forças universais. Esse momento não foi apenas um rito, mas um chamado para aprofundar meu axé e ampliar os horizontes terrenos por meio de um mestre encarnado.  

Os primeiros passos no Caminho do Candomblé.

O médium, meu filho, foi guiado pela curiosidade e respeito, iniciou-se no Candomblé sob a tutela de Pai Ivo de Xoroquê, um zelador que, apesar de não dominar os mistérios de Exu, conhecia lendas e histórias que transmitiam respeito. Ele tratava Exu com dignidade, um traço que conquistou minha confiança. Contudo, o caminho não seria fácil. Desde o início, enfrentei dificuldades para equilibrar energeticamente meu médium, que estava rodeado por energias desarmônicas, frutos de seus próprios desequilíbrios e ações passadas, criando em sua volta o vortice.

 

Esses vórtices energéticos, formados por suas obsessões, funcionam como barreiras. Cada cor e frequência representa um tipo de energia, e, por respeito ao livre-arbítrio, mantive distância, impossibilitado de romper essas forças sozinho.  

O Desafio do Assentamento 

Com o tempo, veio a preparação para o assentamento de Exu. Esse rito, que simboliza uma profunda conexão entre médium e entidade, trouxe novos desafios, espíritos oportunistas, desequilibrados e vampirizadores começaram a se aproximar, buscando usufruir das oferendas e energias gerada pelo trabalho. Para mim, isso era insuportável. Esses espíritos não poderiam ser confundidos com Exu, pois Exu é muito mais que astúcia e esperteza; ele é o guardião dos caminhos, o elo entre o espiritual e o terreno.  

Meu maior temor era que algum desses espíritos enganadores conseguisse se ligar ao médium. A energia humana é alimentada por compatibilidades vibracionais, e o médium, em seu estado de desequilíbrio, estava suscetível a tais influências.  

 

A Renúncia e a Reconexão 

Sem alternativa para proteger meu médium, busquei orientação com um Mestre Guardião dos Caminhos, que me revelou uma verdade difícil: para intervir, eu precisaria descer do meu degrau, até alcnsar um degarau vibracional  ao nível do degrau e do grau do médium, sacrificando parte do meu avanço espiritual. Era um ato de renúncia e amor, pois cada degrau que eu deixasse para trás só poderia ser reconquistado por meio do trabalho em conjunto com o médium.  

Eu, Rei das 7 Encruzilhadas, aceitei o desafio. Ao renunciar temporariamente ao meu nível vibracional, tornei-me compatível com o campo energético do médium, desequilibrando-me momentaneamente, mas assegurando minha ligação com ele no dia do assentamento. Na cerimônia, recebi as oferendas e, ao ser assentado como "Legbájunsãn", (Imediatemente, as vezes Jusãn), meu axé foi reafirmado, abrindo novos horizontes para a minha atuação no plano terreno.  

Pai Ivo de Xoroquê: O Mestre e o Zelador  

Pai Ivo não era apenas um zelador; ele era um mestre que encarnava dualidades humanas e espirituais. Com ele, aprendi sobre paciência, devoção, equilíbrio e a importância de se reconectar ao polo da calmaria para resolver qualquer problema. Sua fúria era intensa, mas sempre seguida por um retorno sereno à seriedade, um ensinamento de que mesmo as forças mais intensas que nos envolvem, podem ser harmonizadas.

 

Cinco anos após assentar os fundamentos do Templo Oxóssi Caçador, Pai Ivo desencarnou, deixando um legado de axé que ainda hoje permanece. Tudo que planto na terra leva consigo a força do seu axé, e, por isso, asseguro-me de que a colheita será sempre digna.  

O caminho continua e caminhar é o nosso dever.  

A busca pelo aprendizaso é o caminho da transformação, onde o espiritual e o terreno se encontram em uma dança constante de recriação e renovação. Minha história é uma prova de que, mesmo diante de desafios imensos, a conexão com o axé e o compromisso com o equilíbrio podem transmutar qualquer situação.  

Gratidão e respeito a Pai Ivo de Xoroquê, zelador, mestre e amigo. Seu axé vive na terra, e juntos continuamos a iluminar os caminhos de quem busca clareza e seriedade no caminho da vida. 

A peça do quebra-cabeça que faltava 

Foi no ano 7 do século XXI que pisei no chão sagrado do Ilê Axé Ketu Oni Oba Ayra, conduzido pelo zelador Pai Check de Xangô. Fui recebido com ternura e humildade, e esse acolhimento complementou meu axé de forma singular. Naquele momento, compreendi que estava entrando em uma nova era da minha trajetória terrena. Pai Check não era apenas um zelador; ele era a peça que faltava no quebra-cabeça infinito da minha compreensão sobre os caminhos da terra.  

Mais do que um mestre, ele se tornou um amigo leal, alguém que caminhou comigo e cujo guardião, Figueira, Exu do Pai Check, tornou-se uma extensão do meu aprendizado.  

Campo do Axé: Humildade, Seriedade e Respeito

Com Pai Check, aprendi que o equilíbrio de um bom axé nasce da "humildade", da "seriedade" e do "respeito ao próximo". Ele guiava não apenas seus filhos, mas também os consulentes, com carisma e atenção. Observando sua condução dos trabalhos, percebi uma valiosa harmonia em suas ações, uma energia rara que reverberava por todos os cantos do Ilê.  

Caminhando ao lado dele, deparei-me com os mais variados fundamentos. Cada casa, cada sacerdote, carregava sua própria verdade. No entanto, aprendi que, no campo do axé, os fundamentos são moldados pela alma de cada ser e pela forma como ela evolui. Os mistérios do axé não são absolutos; são caminhos individuais, revelados na alma conforme o crescimento espiritual de cada um no seu axé.  

Meu Caminho e o Papel de Pai Check.

Eu, que sou "imediato e desvendador de mistérios", não vim à terra para buscar fundamentos. Mas minha fúria, alimentada pela dificuldade de entender os costumes e crenças humanas, me distanciava do equilíbrio necessário para atuar plenamente. Eu precisava de um espaço e de zeladores que me acolhessem com ternura e me mostrassem a direção. Foi isso que encontrei em Pai Check: acolhimento, orientação e o exemplo da calma para enfrentar a vida terrena.  

O encontro com a Pomba Gira é o ato de humildade. 

Certa vez, uma jovem que se consultava comigo passou a ser cuidada por Pai Check. No dia do assentamento de sua Pomba Gira, ele confirmou "Maria Padilha" como a entidade mestre responsável pela jovem. Contudo, a moça discordou, dizendo que seu 7 Encruzilhadas havia indicado outra entidade. Com humildade, Pai Check disse que pediria um esclarecimento sobre o assunto. No dia seguinte, ao vir à terra, ele me chamou para resolver a questão.  

Expliquei que, de fato, havia trabalhado para a jovem ao lado de Maria Padilha por um período. Ela estava ligada à jovem devido a uma conexão de amor profundo com um ente querido desencarnado, uma relação que transcendia a barreira da vida e da morte. Maria Padilha havia permanecido próxima à jovem, equilibrando-a energeticamente até que sua alma estivesse pronta para se conectar plenamente ao seu próprio axé.  

No entanto, a verdadeira Pomba Gira daquela jovem era Maria Mulambo. Após a transição da mãe da médium, Maria Mulambo assumiu o papel de harmonizar o espírito materno, que havia desencarnado de forma repentina, deixando a filha desequilibrada energeticamente. Enquanto Maria Padilha, que é a mestra da mãe, energizava a jovem em bons fluidos de lembranças. Mulambo conduzia o espírito da mãe com carinho e respeito até transcender seu ponto. Trazendo de volta o equilíbrio da jovem médium. Os caminhos estão abertos, podendo ser escolhidos. Porém, a Pomba Gira da jovem é Maria Mulambo.

Pai Check, com sabedoria, pediu agô e anunciou: “Vamos assentar Maria Mulambo.” Nesse momento, ele me desmontou completamente. Estava acostumado a ser convocado em Ilês Axés para sustentar minha fala com argumentos sólidos, muitas vezes precisando impor minha autoridade em meio a confusões. Mas com Pai Check foi diferente. Sua humildade e harmonia falaram mais alto. 

A Grande Lição de Pai Check 

Foi Pai Check quem me ensinou que o axé verdadeiro se manifesta no campo da harmonia. Seu ato de equilibrar Maria Mulambo com serenidade e respeito foi um raro feito entre zeladores. Muitos desconhecem os campos vibracionais do axé e acabam por agir de forma desequilibrada. Com Pai Check, encontrei não apenas um mestre, mas um exemplo vivo de como o axé pode ser conduzido com clareza e equilíbrio.  

Gratidão e respeito. 

Hoje, o axé de Pai Check vive em minha obra. Tudo o que ele plantou no meu caminho ressoa como um aprendizado eterno. A peça que faltava no meu quebra-cabeça foi preenchida, e por isso, minha gratidão e respeito por ele são imensos. Que seu axé continue guiando aqueles que buscam o equilíbrio. Sua humildade e sabedoria são faróis que iluminam os caminhos da terra e do espírito. 

A peça do quebra-cabeça que faltava. 
Parabéns pela iniciativa

Para você que conseguiu chegar até aqui, meus parabéns!... 

Isso não tem nada a ver com religião, apenas propósitos, desejos, força e fé para uma bela transformação, tanto interior quanto no seu exterior.

Se fez uma leitura de aprendizado e reflexão sobre a própria vida, com certeza terá muito a refletir sobre transfomação e inovação no caminho do sucesso. 

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